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como a cultura da magreza impulsionou o mercado de proteínas?

  • Foto do escritor: Bru Callegari
    Bru Callegari
  • 24 de jan.
  • 3 min de leitura

Vocês devem saber que os corpos magros nem sempre tiveram o valor que têm hoje na nossa sociedade. 👓 Em tempos antigos, corpos gordos eram sinônimo de poder e riqueza, já que o acesso aos alimentos eram restritos à nobreza 👸 - aqueles grandes banquetes que vemos em pinturas, sabe? 🍗


Eventualmente, com os avanços da indústria e os adventos dos ultraprocessados, o alimento se tornou acessível. 💸 Dessa maneira, os padrões de beleza tiveram que mudar, fomentando uma estética quase inalcançável ⛰️ (sendo esse “quase” dependente do patrimônio, claro).


Ainda, o culto à magreza extrema surge em tempos de policrise 😣, em momentos que nos sentimos perdidas e frustradas com aquilo que não conseguimos controlar. 🕹️ Assim, enxergamos no controle da forma corporal um refúgio psicológico paradoxal 🤨 - e, para se aprofundar nessa análise do comportamento em relação à beleza, leia essa news da click soul.


Ozempic no prato
(Imagem retirada do Substack).

Seja qual for o motivo da valorização da cultura da magreza, fato é que ele se consolidou de forma profunda em nossa mentalidade. 🧠 Entre dietas malucas e horas de cardio, um medicamento chegou para transformar nosso comportamento de forma milagrosa. 🧐 E, claro, ganhou uma demanda monumental de mulheres insatisfeitas pressionadas por todos os lados. 🫵


Então, se você, assim como eu, achou que o uso off-label (sem prescrição) do Ozempic era uma fase, já se prepara para ler o que vem a seguir. 💉 A popularidade dos análogos de GLP-1 (entenda: Ozempic, Mounjaro, Wegovy, Victoza, Saxenda, etc.) foi tanta, que causou impactos significativos tanto no comportamento individual e social, quanto em toda a indústria de alimentos. 🍔


Segundo estudo da KFF, 1 em cada 8 adultos americanos já usou algum análogo de GLP-1. 😧 Ainda, espera-se que o mercado global desses medicamentos cresça para US$ 100 bilhões em 2030.

E por que as indústrias estão pirando com isso? 🤯 Bom, lares nos quais pelo menos uma pessoa começa a tomar os supressores de apetite gastaram 6% menos em contas de supermercado nos primeiros seis meses; 📉 e para os mais ricos, a redução de gastos foi de 9%.


Assim, as empresas estão tentando se adaptar. 🔍 A Nestlé lançou a Vital Pursuit, uma linha de congelados desenhada para usuários do GLP-1 (é a primeira nova marca da empresa em décadas). 🥪 Já a Danone lançou uma plataforma online com receitas para quem usa o GLP-1. 🥣 Ainda, a Healthy Choice criou um selo de "GLP-1 friendly" para sinalizar quais produtos são adequados para esses usuários. ✅


Selo GLP-1 friendly
(Imagem retirada do Google).

Não é à toa que estamos obcecadas por proteínas. 🧬 Os usuários de análogos de GLP-1 impulsionam o mercado de proteínas à medida que o consumo deste macronutriente é importante para reduzir a perda de massa muscular decorrente da rápida perda de peso. 💪


E não são apenas as proteínas. As academias ganham novas adeptas para combater a flacidez 🏋️‍♀️, os suplementos para cabelo e pele bombam ao tentar remediar os efeitos colaterais, além dos outros procedimentos estéticos, como os preenchimentos faciais e liftings. 🧖‍♀️


Enfim, sabendo da relação entre o uso indiscriminado no Ozempic (e semelhantes) 💉, a obsessão pelas proteínas e o boom das academias 💪, é importante questionar até que ponto essas tendências hábitos são sobre saúde. 🤧

E, para finalizar, trago uma reflexão sobre a promessa de inserir o Ozempic genérico na rede pública de saúde: será que a magreza extrema vai continuar tendo esse valor todo depois de se tornar mais acessível? 🙇‍♀️ Assista o vídeo aqui.


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